Marcos era incrível. Seu jeito, suas manias me deixavam com gosto de ‘quero mais’. Nós nos conhecíamos desde o pré três, agora tínhamos 15 anos e cursávamos o primeiro ano do ensino médio, juntos, como sempre.
Nossa amizade era sincera, gostava mais de contar meus segredos para ele do que para minhas amigas. Ele realmente me conhecia, saberia me descrever sem nenhum erro.
Era outubro, um intervalo normal, como outros quaisquer, mas algo diferente acontecia. Ao
voltar da cantina, olho para marcos que já estava sentado na mesa onde sempre ficávamos. Fico ali, parada olhando ele. Alguma coisa estranha percorria meu corpo chegando ao meu coração. O que poderia ser isso? A última coisa que queria imaginar era que eu estivesse gostando dele. NÃO! Isso nunca, que bobagem a minha.
Ele me avista e me faz sinal para ir até ele, chacoalho minha cabeça e vou, como se nada tivesse acontecido/acontecendo. Dou-lhe seu lanche e levemente ele toca minha mão, nesse momento meu braço fica arrepiado, ele, com um ar de piada pergunta o que estava acontecendo. Sorri e disse que não tinha na
da de errado comigo.
Durante eternos dias, a mesma sensação estranha me perseguia e não era apenas na escola, mas em qualquer lugar que eu fosse aquilo ia junto também.
Chegou dezembro,
último dia de aula. Como sempre fazíamos, desde a quinta série, resolvemos que iríamos ao shopping, perto de nossas casas. Quando chegamos, já fomos logo comprando os ingressos para o filme. Na hora que sentamos para comer algo, aquela sensação vem com mais força, e nossa, como era bom sentir aquilo. Meu coração disparava, minhas mãos suavam, em minha mente vinham imagens estranhas, para tentar voltar à realidade abaixo minha cabeça e repito comigo mesma “calma, está tudo bem!” ao levantá-la, percebo que Marcos me observava atentamente, ele acariciou minha mão e percebeu que a tal estava suada. Ele rindo disse “mão que soa é mão de pessoa apaixonada!”. Marcos praticamente me obriga a tocar a sua mão. Ele me fez perceber que estava do mesmo jeito, que sentia as mesmas coisas. Quando nossos olhares se cruzaram, percebo que estamos com os olhos brilhando. Eu, sem graça, tiro minha mão da dele e dou risada. Marcos fica serio. Pergunto o que está sentindo, para meu espanto ele me beija.
Afasto-o de mim, ele não entende. Digo a ele “mas, e se isso não for o certo? O que estamos fazendo?”. Com um sorriso nervoso ele apenas responde: “só iremos saber se isso é o certo se arriscarmos. Não me importa o amanhã, só quero viver o agora, e de preferência que esse agora seja com você.” Dou um sorriso amarelo e penso “melhor não me enganar e assumir, é eu estou apaixonada por ele”. Para fugir de seu olhar, fico atentamente observando uma criança, ao perceber, ele me leva a seu encontro. O clima de suspense fica no ar, aquele momento que vivemos daria um bom filme. Segura de meus princípios acaricio sua mão, e nos beijamos. O que as pessoas em nossa volta achavam não me importava, só queria viver aquele momento.
Já tinha vencido o medo de amar, agora só me restava aproveitar!