quarta-feira, 12 de maio de 2010

Se apaixonar, vale mesmo a pena?

Quem de você, leitores, já sofreu por amor? Aposto que muitos levantaram a mão ou apenas lembrou-se de certas pessoas.

Mas, todos vocês já se apaixonaram de verdade? Eu cheguei à seguinte conclusão: quem se apaixona de verdade, não sofre!

Eu era jovem, estava no auge dos meus 13/14 anos, já não me lembro. Eu ia e voltava da escola a pé; sempre passava em frente de um clube. Havia muitos garotos lá. Mas, eu só tinha olhos para Giovanni, ele era vizinho de minha amiga Janaina.

Giovanni era moreno, não tão alto, tinha uma boca carnuda, seus olhos eram de um contorno perfeito.

Se me lembro bem, era sexta-feira dia 14 de junho. Fazia um frio insuportável; Jana chamou alguns amigos para assistir filme e comer pipoca em sua casa. Coisa típica da região onde moro. Entre esses amigos, estava Giovanni. Enfim, todos se acomodaram. Tive sorte, “Gi” sentou-se ao meu lado.

Percebi algo tocando minha mão, era mão dele. Fingi que nem tinha percebido. Nesse instante o filme acabou.

Já era tarde, mesmo assim, Dona Érica, mãe de Janaina nos convidou para dormir em sua casa, todos falaram com seus pais, e eles autorizaram.

Resolvemos inventar uma brincadeira, cujo nome era “jogo da verdade”. Funcionava da seguinte maneira: um a um teria que contar um segredo para todos, não importava o tema. Logo imaginei que tudo daria certo para mim.

Começou com Janaina, e para meu espanto ela confessou que gostava de Giovanni. Para dizer a verdade, nem me importei, pois algo me dizia que Giovanni não gostava dela. E acertei! O próximo era ele. Gi, apenas sorriu olhando para Rafaella, todos já podiam imaginar. Passou-se por todos, e chegou minha vez. Eu tinha um sério problema de não controlar minha língua, e sem pensar nas conseqüências eu apenas disse que era louca por Giovanni. Sentindo o meu impulso incontrolável, coloquei a mão em minha boca, com medo de mim mesma.

O silencio foi total. Aquilo era o maior segredo de minha vida, e em questões de segundos todos já sabiam.

Muitos riam mais Giovanni olhava para mim com uma cara de interrogação. Para meu espanto, o mesmo se levantou e chegou perto de mim – ou de rafa, que estava bem ao meu lado-. Ele me encarava, como se tivesse algo escrito em letras miúdas na minha testa. Era estranho. Fecho os olhos para fugir de mim mesma. Quando os abro, vejo o “inesperado”, Giovanni beijando Rafaella. Já era de se esperar!

Não corri, não chorei, não ri, não tive reação. Apenas fiquei observando – sim observar é o meu forte-. Apenas fiquei ali, parada. Uma ventania começa, escutam-se trovões. Aquele fenômeno que acabava de acontecer lá fora, descrevia bem o que eu estava sentindo. Meu sangue corria de pressa, meu coração batia descontrolado. Mas não iria me deixar- de novo- sofrer em vão.

Os anos se passaram e aquele momento resolvi deixar apagado em meu coração. Não iria sofrer novamente.

A partir de quatorze de junho, aprendi a gostar de quem gosta de mim. Resolvi parar e pensar ‘será que vale mesmo a pena perder um tempo de minha vida com isso’.

Hoje vejo que sou uma mulher! Não por ter mais de dezoito anos, e sim por ser madura o suficiente para poder escolher o que é melhor pra mim! Por eu enxergar o meu valor, por eu tem coragem de dizer ‘não’, por eu ser eu mesma, sem tirar nem por, e não formar uma mascara com que os outros querem ver.

Eu pensava que tinha me apaixonado de verdade... Tolice minha, tolice juvenil.

Lembra-se do começo? “Eu cheguei à seguinte conclusão: quem se apaixona de verdade, não sofre!”

Foi assim que aprendi...E, uma hora, você, poderá aprender! Se já não aprendeu...



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