quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Reviver

Solidão. Você conhece essa palavra? Você já sentiu isso?
Dia sete iria fazer um ano. Um ano que eu estava sozinha, mas meu coração já tinha dono, era Cesar. Em uma de nossas brigas decidimos nos separar, dar um tempo pra um pensar no que era certo um pro outro. O motivo da briga era o ciúme exagerado de Cesar. Ele me amava tanto que me controlava, não podia dar um oi para qualquer amigo que ela já se emburrava. Talvez eu devesse maneirar as minhas provocações.
O problema era que eu o amava e estava sofrendo demais com nossa separação. O que eu sentia quando ele me abraçava era uma coisa deliciosa. Pena que só percebemos o quanto tal pessoa é especial quando as perdemos, e agora me sentia assim, sozinha abandonada em plena rua da solidão.

Minhas amigas tentavam me animar, mas tudo piorou quando fiquei sabendo que Cesar estava saindo com outra pessoa. Meu mundo acabou naquele minuto. Eu não tinha mais motivos para nada. Pagar na mesma moeda só me faria sofrer mais, estaria me enganando. O que fazer para esquecer o amor de sua vida? Eu tinha certeza que conseguiria esquecê-lo. Minha certeza acabou, gostaria de sair pela praia e ver a linha do horizonte me distrair, eu sei que iria fazer isso pra tentar esquecer. Tornei-me dependente do amor de Cesar, precisa saber onde ele estava e com quem. Queria me vingar da pessoa que estava com ele, mais minha sede de vingança acabou quando pensei que fazer isso iria chateá-lo. Apenas resolvi mudar de atitude, resolvi sofrer sozinha na MINHA solidão. O tempo foi passando e a única coisa que eu conseguia pensar era no beijo molhado em que Cesar me dava. Todos em minha volta perceberam o tamanho do meu sofrimento, resolveram me levar ao médico. Descobriram que eu estava com depressão. Pra mim a depressão pouco importava, poderia ter qualquer coisa desde que ele voltasse pra mim. Minha rotina era chorar desesperadamente. Passava as noites em claro, lembrando de nos dois juntos. Minha família diz que eu devo o esquecer, mas parece que ninguém nunca se apaixonou e viu o quanto é difícil ficar longe. Eu fiquei louca sem perceber.
Aceitar que não tenho ninguém do meu lado, me apoiando com essa história é difícil. Todos dizem que sou burra, e não deveria estar chorando por ele. Agora o que as pessoas dizem pouco me importa. Aprendi a me importar com o meu pensamento, e lá só havia três coisas, saudades, solidão e Cesar. Isso tudo era impossível de eu controlar. Sabia que eu estava morta por dentro, mas bem no fundo de mim algo me dizia que a história poderia mudar. Mas nada aconteceu.
Sempre me ensinaram a desejar felicidade para o próximo, mas nesse caso, isso seria me sacrificar. A minha ideia de morte era outra, mas morrer por ele não seria uma má escolha. Talvez assim, num paraíso distante eu poderia ser feliz, ou não.
Resolvi sair da mesmice e fazer uma viagem. Sempre tive vontade de conhecer Austrália. Conhecer Sydney seria interessante e assim talvez me livrasse um pouco da solidão.

Fazia um tempo que não colocava meu inglês em dia, a última vez que falei algo em inglês foi quando cantei uma musica para o Ces.... mas enfim, foi estranho ver cangurus no lugar de cachorros.
Resolvi fazer uma coisa que não fazia há tempos. Sair à noite. Foi uma experiência enriquecedora. Conheci Fernando, um amigo em entanto. Também era do Brasil, percebendo meu desanimo ele me perguntou se algo estava errado, resolvi contar o meu problema. Confiava nele. Era estranho, ele não prestou muita atenção, ele olhava atentamente para minhas lágrimas que terminavam em minha boca. Ao parar de falar ele diz “queria ser uma lágrima tua, sair de seus olhos, escorregar por sua face e acabar em sua boca” não devo negar que achei ridículo aquilo tudo. Mas ao me dispersar percebi que ele se aproximou de mim. Sem muita escolha, fiquei sem reação. Ele jurava me amar. Não vou negar que ele era legal, mas eu não o amava, minha mente, coração e corpo estavam entregue a Cesar. Resolvi abandonar meu desespero por Cesar e me aventurar nessa. Eu não o amava, mas minha vida era curta demais pra sofrer em vão.
Agora a única coisa que eu poderia tentar fazer, era recomeçar. REVIVER.

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